Em novembro de 1984, eu ainda trabalhando na ITAUTEC, participei de uma excursão para visitar a 4ª Feira de Informática no Riocentro em Jacarépaguá no Rio de Janeiro. Infelizmente não fiz nenhum registro fotográfico do evento.
A Itautec utilizou o evento para exibir seus produtos, com destaque para as máquinas de processamento bancários e os computadores pessoais. Em um período de crescente nacionalização da tecnologia e de políticas voltadas à substituição de importações, a presença da Itautec foi um reflexo do esforço brasileiro para reduzir a dependência de empresas estrangeiras e investir na autossuficiência tecnológica.
A Itautec estava em plena expansão no mercado de informática e também no setor bancário, uma vez que a empresa tinha um forte vínculo com o sistema financeiro brasileiro, sendo responsável pela fabricação de caixas eletrônicos e outros equipamentos voltados para a automação bancária. A participação da Itautec na feira também refletia a importância crescente da informática no setor financeiro, algo que começou a ganhar impulso com a introdução dos computadores pessoais e a adoção de sistemas eletrônicos para gestão de processos bancários.
Além de seus produtos voltados para o mercado corporativo e bancário, a Itautec também investia na produção de equipamentos de uso mais doméstico e educacional, como microcomputadores voltados para escolas e pequenas empresas. A marca buscava consolidar sua imagem como uma das principais representantes do Brasil na indústria de tecnologia e reforçar o papel da indústria nacional no desenvolvimento e fornecimento de soluções tecnológicas para o mercado local.
A XEROX e Amyr Klink
O stand da Xerox se destacou por apresentar inovações tecnológicas e soluções para o mercado brasileiro de informática e automação. A Xerox, tradicionalmente conhecida por suas impressoras e copiadoras, estava expandindo suas operações para o mercado de computação pessoal e tecnologia de redes. O stand da empresa foi uma oportunidade para mostrar suas tecnologias em impressão digital, sistemas de gestão documental e até mesmo software.
No entanto, um dos maiores atrativos do evento foi a presença de Amyr Klink, o navegador brasileiro conhecido por suas expedições e aventuras no mar. Amyr estava no stand da Xerox para divulgar seu projeto de expedição e também para falar sobre como a tecnologia poderia ser aplicada em condições extremas e desafiadoras, como no alto-mar. Ele era uma figura importante no Brasil na década de 1980, com suas conquistas no campo da navegação, e sua presença no evento estava ligada a uma parceria de imagem entre a empresa e o explorador. Klink havia acabado de atravessar o Atlântico Sul em um barco a remo, o IAT, que também foi exposto no stand da Xerox. Amyr Klink chegou à Bahia em 18 de setembro de 1984 depois de cem dias e nove horas para cruzar o Atlântico remando sozinho em um barco de 5,94 metros de comprimento e, no máximo, 1,52 metro de largura.
Amyr fez registros em seu diário de bordo, que mais tarde deram origem ao livro Cem Dias Entre Céu e Mar. Li este livro, em sua primeira edição, pelo menos duas vezes.
Cem Dias Entre o Céu e o Mar, o filme.
Baseado no best-seller de Amyr, com estreia prevista para 2025, o longa-metragem 100 Dias é uma jornada de autodescoberta, onde um jovem luta consigo mesmo e com a sombra de um pai autoritário. Em busca de seu próprio caminho na vida, e contra todas as probabilidades, Amyr (Filipe Bragança) atravessa o Oceano Atlântico sozinho, em um pequeno barco a remo. As filmagens, sob a direção de Carlos Saldanha, já foram concluídas, e a estreia está marcada para 2025.
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