18 janeiro 2025

ITAUTEC, XEROX, Amyr Klink e a feira de informática


Em novembro de 1984, eu ainda trabalhando na ITAUTEC, participei de uma excursão para visitar a 4ª Feira de Informática no Riocentro em Jacarépaguá no Rio de Janeiro. Infelizmente não fiz nenhum registro fotográfico do evento.


Publicidade da época


A Itautec utilizou o evento para exibir seus produtos, com destaque para as máquinas de processamento bancários e os computadores pessoais. Em um período de crescente nacionalização da tecnologia e de políticas voltadas à substituição de importações, a presença da Itautec foi um reflexo do esforço brasileiro para reduzir a dependência de empresas estrangeiras e investir na autossuficiência tecnológica.

A Itautec estava em plena expansão no mercado de informática e também no setor bancário, uma vez que a empresa tinha um forte vínculo com o sistema financeiro brasileiro, sendo responsável pela fabricação de caixas eletrônicos e outros equipamentos voltados para a automação bancária. A participação da Itautec na feira também refletia a importância crescente da informática no setor financeiro, algo que começou a ganhar impulso com a introdução dos computadores pessoais e a adoção de sistemas eletrônicos para gestão de processos bancários.

Além de seus produtos voltados para o mercado corporativo e bancário, a Itautec também investia na produção de equipamentos de uso mais doméstico e educacional, como microcomputadores voltados para escolas e pequenas empresas. A marca buscava consolidar sua imagem como uma das principais representantes do Brasil na indústria de tecnologia e reforçar o papel da indústria nacional no desenvolvimento e fornecimento de soluções tecnológicas para o mercado local.


Itautec I7000 PCxt - Revista Microsistemas


A XEROX e Amyr Klink

O stand da Xerox se destacou por apresentar inovações tecnológicas e soluções para o mercado brasileiro de informática e automação. A Xerox, tradicionalmente conhecida por suas impressoras e copiadoras, estava expandindo suas operações para o mercado de computação pessoal e tecnologia de redes. O stand da empresa foi uma oportunidade para mostrar suas tecnologias em impressão digital, sistemas de gestão documental e até mesmo software.

No entanto, um dos maiores atrativos do evento foi a presença de Amyr Klink, o navegador brasileiro conhecido por suas expedições e aventuras no mar. Amyr estava no stand da Xerox para divulgar seu projeto de expedição e também para falar sobre como a tecnologia poderia ser aplicada em condições extremas e desafiadoras, como no alto-mar. Ele era uma figura importante no Brasil na década de 1980, com suas conquistas no campo da navegação, e sua presença no evento estava ligada a uma parceria de imagem entre a empresa e o explorador. Klink havia acabado de atravessar o Atlântico Sul em um barco a remo, o IAT, que também foi exposto no stand da Xerox. Amyr Klink chegou à Bahia em 18 de setembro de 1984 depois de cem dias e nove horas para cruzar o Atlântico remando sozinho em um barco de 5,94 metros de comprimento e, no máximo, 1,52 metro de largura.


Amyr na chegada a Bahia


Modelo do IAT em uma exposição num Shopping em Jundiaí - SP

A presença de Klink gerava uma forte ligação entre a tecnologia e o espírito de aventura, algo que fazia muito sentido em uma época em que a informática ainda estava sendo desbravada pelo grande público. Assim, o stand da Xerox não era apenas uma vitrine de produtos, mas um local de inspiração, destacando como a tecnologia poderia ser usada para transformar e expandir os limites da humanidade e das possibilidades.

Amyr fez registros em seu diário de bordo, que mais tarde deram origem ao livro Cem Dias Entre Céu e Mar. Li este livro, em sua primeira edição, pelo menos duas vezes.

Livro 100 dias entre o céu e o mar

Cem Dias Entre o Céu e o Mar, o filme.

Baseado no best-seller de Amyr, com estreia prevista para 2025, o longa-metragem 100 Dias é uma jornada de autodescoberta, onde um jovem luta consigo mesmo e com a sombra de um pai autoritário. Em busca de seu próprio caminho na vida, e contra todas as probabilidades, Amyr (Filipe Bragança) atravessa o Oceano Atlântico sozinho, em um pequeno barco a remo. As filmagens, sob a direção de Carlos Saldanha, já foram concluídas, e a estreia está marcada para 2025.


Carlos Saldanha, Amyr Klink, Filipe Bragança e a produtora Justine Otondo. Foto/Adriano Vizoni

100 dias / Divulgaçaõ / Fabio Braga / Pivo Audio Visual
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