O ano era 1974, mais especificamente 1º de fevereiro, quando comprei a minha primeira revista de eletrônica, a edição número 3. A data ficou marcada em minha memória, pois nesse dia houve o incêndio no edifício Joelma, em São Paulo.
Desde muito pequeno, sempre tive uma tendência para assuntos científicos, mas sem uma área específica. Nesse dia, durante uma viagem de férias de Santos para São Paulo, enquanto esperava o ônibus, me deparei com essa revista em uma banca de jornal. Não tinha todo o dinheiro para comprá-la e tive que convencer minha irmã a me emprestar toda a sua mesada para completar o valor da revista.
Ficamos hospedados na casa de minhas primas (Ivete, Arlete e Leda), em São Paulo, e muitas vezes, enquanto as meninas brincavam, eu lia e relia os artigos, claro, sem entender quase nada. Foi quando comecei a associar os desenhos dos componentes nos esquemas com os desenhos dos componentes nas placas de circuito impresso, ou montagens em ponte, simplesmente contando a quantidade de um determinado símbolo no esquema e o equivalente na placa. Dessa forma, com essa e outras revistas, comecei a entender os esquemas, o funcionamento e, como autodidata, a aprender eletrônica.
Naquela época, eu tinha 13 anos e, a partir dessa data, o dinheiro de minhas mesadas era convertido em revistas e alguns poucos componentes para fazer algumas montagens, algumas com sucesso. A primeira montagem que realmente funcionou foi uma luz rítmica.
Em 1979, já trabalhando na revista Nova Eletrônica, uma vez me perguntaram o que era necessário para ser um bom Técnico em Eletrônica. Minha resposta foi:
"Para ser um bom técnico, era preciso, além da formação, ler muitas revistas de eletrônica."
Hoje, a resposta seria:
“Para ser um bom técnico, é preciso ir além da décima página de resposta do Google.”
Postagem com a algumas histórias dos bastidores da revista Nova Eletrônica:
HISTÓRIAS DOS BASTIDORES DA REVISTA
