sexta-feira, 27 de março de 2009

Histórias dos bastidores da Revista Nova Eletrônica



Eu no laboratório da Revista Nova Eletrônica em 1979

Eu e Renato Bottini,  meu gerente no laboratório da Nova Eletrônica (foto recente)

Eu e Renato Bottini, em 2020, trabalhando em projetos de automação industrial




Trabalhei no Laboratório da revista Nova Eletrônica, na décadas de 70 e 80. 

A Revista Nova Eletrônica foi uma das melhores publicações sobre o assunto naquela época.

Trabalhar lá foi uma tremenda oportunidade de aprendizagem. éramos uma equipe enxuta, bem entrosada e todos os meses havia uma tremenda correria para lançarmos pelo menos um Kit de algum projeto e escrever alguns artigos.
As vezes as coisas iam as mil maravilhas, as vezes não. Isso rendeu muitas histórias interessantes, engraçadas e as vezes inusitadas.

Tentarei, a medida que for lembrando, posta-las aqui.

As fotos, acima, do laboratório são de Jorge Juppa, que na época era o responsável pelos desenhos técnicos da revista.
Renato Bottini foi o gerente do laboratório e a pessoa que me convidou para fazer parte da equipe de projetistas da revista. 

Até o presente momento (2021), Renato e eu, somos parceiros e desenvolvemos  projetos de dispositivos eletrônicos e software e soluções voltados à automação industrial.

Visitem o site: www.rbconsultoria.eng.br


LIRPA e LIRPA GT

Quem lembra do artigos na Revista Nova Eletrônica (não lembro em que número) que descrevia um sistema para tocar discos de vinil, onde o disco de vinil ficava parado e a agulha circulava em um carrinho e transmitia (via RF) o sinal para um receptor ?

Pois é, este artigo foi uma enorme "gafe", e foi copiado de um artigo de outra revista importada ( que não me lembro o nome ). Este artigo ( original ) celebrava o primeiro de abril ( LIRPA = APRIL ao contrário ).

O engraçado é que nem o pessoal da redação da Nova Eletrônica sabia do absurdo que era aquilo e publicou. O sistema éra tão absurdo ao ponto de dizer que o sinal de RF emitido pelo carrinho era prejudicial a saúde e que o ouvinte deveria vestir uma roupa blindada especial. 

Bom, depois de descobrir a verdade sobre o artigo, o pessoal da redação decidiu publicar um novo artigo onde descrevia o LIRPA GT, ai, já "chutando o pau da barraca".


NE Z80 e NE Z8000








Bom, quem viveu aquela época sabia que os dois micrinhos eram cópias do Sinclair Inglês.


Quando lançamos o NEZ80, pouco depois foi lançado o BASIC Científico pela Sinclair. Um belo dia, um proprietário do NEZ80, de Brasília, ligou para o Laboratório da revista Nova Eletrônica pedindo ajuda.

Ele trouxe do exterior um Kit da Sinclair que transformava o BASIC comum em BASIC Científico. Este kit era composto de uma ROM e uma membrana de teclado, que implementava as novas funções matemáticas.

Ele não conseguia fazer funcionar no NEZ80. Eu "pesquei" logo o porque não funcionava. Acontece que o NEZ80 usava EPROM e o sinal de CS (Chip Select) da EPROM era invertido em relação a ROM.

Não tínhamos, ainda, este kit para implementar no NEZ80. Pedi, despretensiosamente, para o rapaz de Brasília enviar o KIT que nós descobríssemos  o problema para ele. E não é que ele enviou mesmo?

Bom, dai foi copiar a ROM, o teclado foi para nosso desenhista para ser copiado. Nós do Laboratório decidimos (em off) que recompensaríamos o rapaz de Brasília, enviando para ele uma EPROM com o novo software gravado, para ele colocar em seu NEZ80, e mais um, ainda NEZ80 com o novo Basic.


Foi assim que nasceu o NEZ8000

Revista número 56, lançamento do NE-Z80




O PROTECAR e a Brasília do Chefe.



Numa época de minha vida, coincidente com a época em que trabalhei na Nova Eletrônica, eu era fadado a inusitadas coincidências. Essa foi uma delas.

Em uma das edições fizemos uma versão para carro do alarme ultrasônico. Para variar, tudo tinha que ser desenvolvido, testado, descrito e se tornar um kit em menos de um mês, uma loucura.

Na fase de testes nós, simples técnicos, tínhamos que testar o alarme em um carro, porém, como simples técnicos, ninguém tinha um carro para isso. A solução foi convencer nosso gerente a emprestar a sua Brasília 0k novinha em folha, como cobaia.,

Eu me encarreguei de ficar uma manhã inteirinha no maior carrinho instalando, anotando os procedimentos e testando o alarme, isso com nosso gerente atras do meu ombro para se certificar de que nada ficaria fora de lugar e que nada seria feito, ou mau feito, no bólido dele. Na hora do almoço, tudo instalado e testado, nosso gerente pegou a Brasília e foi almoçar.

Não demorou muito, ele liga de um orelhão (não existia celular ainda) aos berros, pedindo para que eu pegasse um taxi e fosse encontrá-lo, com ferramentas e instrumentos, no estacionamento de um banco à alguns quilômetros da Nova Eletrônica. Chegando lá, encontrei-o, quase louco, o alarme arrancado do painel, os fios pendurados e a Brasília morta.

Ele esbravejava, dizendo que o alarme tinha danificado o carro e que nem acendia mais nenhuma lâmpada se quer. Bom, depois de acalmá-lo, religuei os fios originais do carro e para nossa surpresa, a Brasília continuava morta, carro nem dava sinal de vida.

Depois de alguns testes e um tempinho a mais, verifiquei que não havia energia no carro. Fui até a bateria e, pasmem! O cabo da bateria de uma Brasília novinha estava com mau contato no terminal de terra, Foi necessário retira-lo, limpar os contatos e apertá-lo.

Dai a Brasília voltou à vida, Uma coincidência incrível, pois é um defeito que só apareceu naquela hora, não é um defeito comum e nada tinha a ver com a instalação do alarme. Nosso gerente entendeu que não tínhamos nada a ver com a pane na Brasília.

Ao voltar para a Nova Eletrônica, eu reinstalei o alarme, tomando o cuidado de apertar os cabos da bateria, novamente.

À noite nosso gerente foi para casa e depois de voltar da faculdade ele não pode colocar a Brasília na garagem de casa, pois sua mãe tinha feito uma reforma e o piso da garagem estava com o cimento fresco. Então ele teve que deixar a Brasília estacionada na rua, em frete a sua casa.

Lá pelas 3 da manhã, o alarme ultrasônico disparou!

Ele saiu da cama xingando todo mundo, inclusive minha mãezinha, só não ligou para todos os técnicos, porque não existia celular, eu nem tinha telefone na minha casa.

Chegando na Brasília, junto com a mãe e o irmão, ele percebeu que a porta do carro estava entreaberta. Resultado, a instalação do alarme impediu que ele ficasse sem o carro, que por sinal, nem tinha seguro.

E o alarme foi lançado na próxima edição da revista, testado e aprovado.
 



NEZ80 e o controle de natalidade







Após o lançamento do NEZ80, pela Prologica Microcomputadores, que a princípio era para ser um Kit da Nova Eletrônica e foi desenvolvido por nós e não saiu como KIT pela complexidade da montagem, eu foi encarregado de acompanhar o início da produção na linha de montagem da Prologica.

Tudo ia muito bem até que num dia, resolvi fazer um programa que realmente tivesse utilidade e que coubesse na estupenda memória do NEZ80, 1K Byte.

Nas horas de folga, na fábrica, eu comecei a desenvolver um programinha que mostrava, em um gráfico, os dias em que a mulher ficava fértil, era baseado no primeiro dia da menstruação e também na medida de temperatura diária.

O programa calculava  qual a faixa de dias a mulher, provavelmente, poderia engravidar. O resultado, era um gráfico, onde os dias férteis apareciam em negrito. Eu, inocentemente, usava este programa para testar algumas unidades de NEZ80 na produção.

A linha de produção era composta de 99% de mulheres, e depois que uma delas viu o programa e pediu para eu calcular o período dela, as outras logo ficaram sabendo e começaram a fazer fila na minha mesa, para usar o programa, e logo a notícia se espalhou.

Não demorou muito o Sr. Joseph que era um dos diretores do grupo, me chamou em sua sala para saber o que estava acontecendo, e o que era exatamente aquele programa. Pensei que ia tomar a maior bronca, mas o que realmente aconteceu foi que o programa fez tanto sucesso que acabou sendo publicado na revista, o que eu nem tinha imaginado quando o escrevi.

Só coloquei uma condição para a publicação do programa, que fosse acompanhado do seguinte texto:

" O autor não se responsabiliza pelas consequências do uso do programa, que foi concebido simplesmente para uso didático..."

Fico pensando quantas pessoas não existem hoje e que podem ser considerados " filhos do NEZ80 "

Alguém já assistiu o filme "A geração de Proteu" de 1977 ?

http://www.interfilmes.com/filme_19132_A.Geracao.de.Proteus…

Se não assistiu, assista pois vale a pena.



Nesta época eu e minha esposa Nice éramos recém-casados e usávamos a "tabelinha" como meio anticoncepcional.



Nice, minha esposa e Vanessa minha filha. O feliz resultado do uso da "tabelinha" 





O Bip do Power 200

Alguns já devem saber que muitos projetos e artigos da Nova Eletrônica eram "baseados" em projetos de revistas estrangeiras. O Power 200 não fugia à regra e se não me engano, veio da revista Elektor Inglesa.

Depois de concluído, instalamos um dos protótipo como sistema de PA na fábrica da Prologica. Em uma noite, daquelas que inevitavelmente tínhamos  que ficar até mais tarde, eu vi que no alto falante do PA havia um bip cadenciado e com o período bem definido.


Aquilo nos deixou com a pulga atrás da orelha, pois o Power 200 era para ser um amplificador de HI-FI e aquele bip era indesejado. No dia seguinte começamos a investigar, em outro protótipo, e realmente o bip aparecia a uma cadência de +- 1 a cada 4 segundos. Foi um festival de blindagens, filtros, mudança de circuito, polarização, o diabo a quatro e... nada do bip sumir.


Ficamos quase uma semana investigando e nada de descobrir, até que um dia...


Eu estava, à noite, comendo um sanduiche na varanda do prédio da Nova Eletrônica, ouvindo aquele beep insuportável, quando meus olhos votaram-se para o Aeroporto de Congonhas, o laboratório da Nova Eletrônica ficava na Av. Sta. Catarina ao lado e a uns 3 quilômetros do aeroporto, percebi então que o bip coincidia com o momento que a antena de radar apontava para nosso prédio. Estava lá o causador do bip.


Alguma junção estava demodulando o sinal de radar e causava aquele maldito bip. Como o problema somente acontecia com aquela enorme fonte irradiando microondas (coitado dos vizinhos do aeroporto) não tomamos nenhuma medida de correção no circuito. Se alguém próximo ao aeroporto montou o Power 200, certamente teve o mesmo problema.


Ah!, o Power 200 não tinha, e nem chegava próximo dos 200W RMS, somente entregava +- uns 20W RMS por canal, era baseado num chip da National, com saída num par de 3055 e 2955. Naquela época existia o artificio de marketing da potência IHF (potência dinâmica ou potência musical).


Se fosse hoje ele seria anunciado com uns 10.000W PMPO.



Do manuscrito ao artigo final - 1981. Receptor de rádio controle.


Época em que não existiam computadores gráficos a disposição.

Neste projeto o neurologista Gary Gronich, que trabalhava no projeto do detetor de ondas alfa e que entendia muito de radio controle, lixou minha  plaquinha de circuito impresso até chegar a espessura de 0,5mm. Isso ajudou muito a diminuir o peso final do receptor. Gary me ensinou muito  sobre rádio controle.











GHOST WRITER!





Em abril de 1981 um de meus artigos na revista Nova Eletrônica eu assinei com o nome de minha esposa Nice.

Nice, hoje.







O Nascimento do CP200




O Projeto do CP200 foi uma iniciativa solitária, e desacreditada, minha, na tentativa de fazer o SLOW no NE-Z8000. Como o software do NEZ-8000 era idêntico ao ZX81, era só reproduzir a lógica do ZX81 que o SLOW funcionaria.

O problema era que o ZX81 tinha um hardware com chip dedicado, o que dificultava a clonagem. Trabalhei por várias semanas, em um trabalho paralelo, com muitas pontas de provas de um analisador lógico HP plugado em um ZX81 e inúmeras folhas de impressão matricial com o "disassembler" do código do da ROM original. No final o circuito saiu. Não era a lógica idêntica e totalmente compatível com a do ZX81, mas funcionou.

Nas versões mais novas do CP200 essa lógica foi revista, o que a tornou mais compatível com a original. Cheguei a implementar a lógica em vários NE-Z8000, mas a decisão do marketing foi de lançar um novo computador, o CP200.

Este foi meu último projeto ainda na Revista Nova Eletrônica. Após concluir o CP200, fui convidado a trabalhar na ITAUTEC, que estava prestes a lançar o I7000. Alguns anos depois fui novamente convidado a voltar ao grupo de empresas a qual a revista pertencia, só que desta vez na Prologica.



A Homologação do Walkie Talkie






Este pequeno transceptor operava na faixa do Cidadão em 27 Mhz. Não precisava, mas fizemos questão de avalia-lo no laboratório da VASP no aeroporto de Congonhas, que era um dos laboratório credenciado pelo antigo DENTEL.

O Walkie-Talkie foi homologado pelo DENTEL, cuja homologação foi citada em um exemplar posterior da Revista.

Foram várias viagens, para cumprir a burocracia, até a sede do DENTEL, em Brasília para a conclusão do processo de homologação.




O projeto sinistro.

Quando eu trabalhava consertando kits da Nova Eletrônica na loja da Filcres, sempre apareciam clientes precisando de algum projeto particular e os balconistas me indicavam para atender as demandas.

Uma vez apareceu um senhor que precisava de um projeto para um sistema que seria vendido para cemitérios e seus clientes.

Tratava-se de um alarme  para prevenir a morte de pessoas enterradas ainda com vida.  Estas pessoas seriam vítimas de uma condição transitória, na qual o paciente apresenta uma incapacidade total para se mover. Esta condição, que pode ser confundida com a morte, chama-se Catalepsia

O projeto consistiria em um sensor de movimento e som, que seria colocado dentro do caixão juntamente com outros acessórios como oxigênio e iluminação. Ao ser acionado o sistema acionaria o oxigênio e iluminação e transmitiria via RF um alarme para a  administração do cemitério com indicação do túmulo onde o alarme foi acionado.

Ilustração de um projeto de alarme primitivo.



O senhor, que precisava do projeto, até publicou matéria paga em jornal, alertando os leitores sobre o problema. Esta matéria até citava um ator famoso que havia falecido e ouve a suspeita que teria sido enterrado vivo.

Depois de pensar muito, declinei de fazer o projeto. Eu temia que um erro qualquer pudesse custar a vida de alguém.



O Walkie Talkie do exemplar número 4, de maio de 1977.


Quem lembra do Walkie Talkie PX, da faixa do Cidadão, que aparece no artigo do primeiro Kit de frequencímetro na Revista Nova Eletrônica numero 4? Olha meu exemplar, na minha bancada, hoje em dia! 
É um rádio Tokai Japonês de um único canal (7), com uma antena com quase 1/4 de onda (cerca de 2 metros de altura) e uma potência de 200 mW. Este exemplar, adquiri em 1976 e foi fabricado na década de 60. 

Tem uma sensibilidade tão grande que, em determinadas condições de propagação e com antena externa eu conseguia ,em Santos - SP, ouvir transmissões oriundas da Itália. Claro que com esta potência de transmissão eu somente conseguia chegar até alguns quilômetros.




2015

1977





Entrevista no site Retrocomputaria.com:

Propaganda da loja da Filcres, na Sta. Ifigênia, onde iniciei no grupo da Editele, Prologica e Filcres.



28 comentários:

  1. Muito legal estas histórias sobre o NEZ80 e o NEZ8000... sou colecionador de computadores e tenho os dois funcionando :-)
    Quero ainda montar um museu de computadores que seja aberto ao publico. E quero encontrar mais exemplares do NEZ80 e do NEZ8000.
    Abraços e parabéns pelo blog

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  2. Everaldo, como entro em contato com vc?

    Parabéns pelo post!

    Abraço, Fernando Rodrigues fernando@fersoft.com.br

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  3. Bem interessante essas histórias, não sou do tempo da Nova Eletrônica, mas conheci a revista na década de 1990 quando já não existia mais, em compensação hoje tenho a coleção quase completa(quase porque o número que falta, o 84, está sendo digitalizado) disponível no blog.

    Um abraço

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  4. Adorei as histórias referentes ao NEZ80 e 8000! Ri muito do controle de natalidade e agradeço por ter esclarecido como surgiu o NEZ8000. E esse rapaz de Brasília, teve mais notícias dele? Ele ficou satisfeito? :D

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  5. Emerson,
    Naquela época, contatar as pessoas era muito difícil, mesmo por telefone. Nunca mais tive contato com ele.
    Ele ficou satisfeito sim, pois ficou com dois computadores moderninhos e funcionando. O envio do segundo computador não foi comunicado a nossos superiores e no final eles nem souberam ao certo como conseguimos, antecipadamente, o código da rom do synclair zx-81. Depois de algum tempo recebemos um exemplar do synclair ZX-81 que desembarcou na mala de alguém.
    Abraços!.

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  6. Olá
    Uau adorei suas histórias.
    Sou professor de uma disciplina que aborda a evolução dos games e também colecionador.
    Ganhei de um compadre o NEZ8000 e de seu cunhado o TV Game II . Adoro esses dois.

    Você teria algumas histórias sobre os TV Games?

    Abs
    Victor

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  7. Muito legal estas histórias, apesar das gafes eletrônicas, devo agradecer a NE pelo aprendizado que me proporcionou. Parabéns pela sua participação.

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  8. Olá, amigo. Muito bom saber que você trabalhou na revista NOVA ELETRÔNICA. Eu consegui baixar a coleção completa na net, e gostaria de lhe fazer uma pergunta. Na última edição, o editor, em carta aos leitores, se despede de toda a equipe, leitores e colaboradores. Você sabe informar por qual motivo a revista acabou?

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    1. Luiz, eu já não mais trabalhava no grupo ( Nova Eletrônica, Prológica e Filcres, quando sucumbiram. Creio que um grande incentivador da queda foi o plano Collor. Abs!

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  9. Everaldo, esta foi minha landing page no seu blog,
    depois de uma fracassada tentativa de encontrar o torrent pras Nova Eletronica do Picco. Que grata surpresa. Incrivel acreditar que existia alguem por aqui capaz de mexer no zx81 (tk82c). Esse foi meu primeiro computador, que um amigo me emprestou nos duros anos da reserva de mercado. Como autodidata demorei duas semanas pra entender um loop FOR...NEXT. 1986 tinha 16 anos e nao entendia nada de ingles. O legal e' que o tk82c era bem mais rapido que a regua de calculo, mas me afastou das namoradas. O resto foi uma nerd consequencia. Lembro que os caras mais esquisitos da escola eram os que ficavam folheando as Beabas e as NE na hora do recreio. Parabens pela sua historia invejavel :) []s

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  10. Gilmar! O NEZ80 foi minha primeira empreitada com linguagem de alto nível ! kkkk. Também sou auto-didata em eletrônica e informática. Tenho orgulho de ter participação ativa no início da computação no Brasil. Abs.

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  11. Olá Everaldo! Legais as histórias do blog!! Também comecei na informática no NEZ-8000, com cerca de 13 anos de idade, e aprendi a programar com o manual de BASIC dele - bons tempos aqueles! Uma pergunta que sempre me intrigou: por que o NE-Z8000 não tinha o SLOW? Isso praticamente impedia programarmos jogos em Basic, por conta do pisca-pisca na tela, mas por outro lado me obrigou a aprender Assembly do Z80 para contornar a limitação... Outra dúvida: essa ROM (o kit do Basic científico) que deu origem ao NE-Z8000 é exatamente a mesma do ZX81? Um abraço, Marcelo.

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  12. Legal estas curiosidades sobre a Nova Eletronica e particularmente sobre o NE-Z8000. Quando comecei a me interessar pelos computadores era esse e o recem chegado TK82C disponíveis e razoavelmente dentro do orçamento. O TK levou vantagem por ter o dobro de RAM, estupendos 2Kb :)

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  13. Fantástico, doces lembranças, parabéns.

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  14. Esses tempos foram incríveis, pena que não voltam mais. Éramos felizes e não sabíamos. Comecei a colecionar a NE no número 6 - foi minha primeira revista de Eletrônica e fui até o final da revista, lá por 1986. Os kits eram interessantes e completos: em sua maioria vinham acompanhados até de caixa para montagem; não eram como hoje, uma mera plaquinha de CI com um punhado de componentes em um saco plástico. Duas coisas que lamentei nos anos 80 foi o fim da NE e a saída da Filcres do ramo de componentes eletrônicos. Tinha comprado meu primeiro ferro de solda lá, um Ener 00 de 28W.

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  15. Obrigado por esta viajem no tempo. Explicar o mundo da eletrônica para meus filhos é muito difícil. Tudo era novo e cheio de possibilidades. Sempre uma aventura. Equipamentos de som eram o que hoje é o smartfone. Todos queriam ter um melhor e maior e tínhamos a possibilidade de monta-los com um um ferro de solda ordinário e componentes comprados na loja da esquina.

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  16. Cheguei a ter todos os exemplares da Nova Eletrônica, do 1 cento e poucos... não lembro mais. Entrei na Engenharia Eletrônica da UFRGS (1975) e ela foi uma ótima companheira. Depois doei toda coleção para a UFRGS.

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  17. Everaldo, eu tenho a coleção completa da NE, conheci a revista entre 1977-1979 por meio de um tio que estudava Engenharia Elétrica na FAAP. Ele de vez em qdo comprava a revista, e lembro d um exemplar q me chamou a atenção, pois tinha na capa um aeromodelo do tipo "Decathlon" ilustrando um projeto de controle remoto multicanal (isso só me ocorreu décadas depois, pois nessa época eu só tinha entre 6-8 anos de idade).

    Sempre me interessei tanto pelos projetos de eletrônica digital bem como os de áudio, nas primeiras edições (década de 70) sempre muito bem escritos e projetados pelo CCDB. Pergunto se alguma vez teve contato com ele, e se teria alguma(s) história(s) para contar sobre ele?

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  18. Boa tarde !montei o amplificador Power 200 e eu que acreditei que dava 200wrms!rsrs!na época o ci lm391 era critico de se encontrar tive que comprar 20 pois a ficril so vendia em quantidade !depois de pronto não. funcionava já estava desistindo da montagem até. que descobrir através de um anuncio de uma pessoa vendendo ele funcionando perguntei como conseguiu funcionar !.ai ele me falou que tinha que aterrar a entrada do rca no ctp do trafo ! uma errata do projeto que nãofoi divugado ! depois foi show de bola !Narciso jose do patrocinio filho salvador-ba

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    1. Eu tive sorte. Montei o meu mas consegui comprar os dois circuitos aqui no centro do Rio. So tive problema na hora de acertar o trimpot. Consegui. O aparelho funciona até hoje.

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  19. Ola!Obrigado por compartilhar estes "CAUSOS".SUCESSO!

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  20. Viagem no tempo de ser feliz e não saber

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  21. Montei o power 200 na década de 90 e funciona até hoje. A única dificuldade foi com trimpot de ajuste. O resistor esquentava tanto que esfumaçava. Mas consegui.Está acoplado a um pré da Cignus e a um par de caixas Lando 4000x

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  22. Em qual número saiu esse power 200 da Nova Eletrônica?

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  23. Everaldo, boa tarde!

    Colecionei todas as revistas da Nova Eletrônica (inclusive cheguei a encadernar os primeiros volumes com as capas duras que foram inicialmente vendidas com elas!), sendo que eu, na época um garoto, esperava ansiosamente por cada número lançado! Bons tempos, aqueles!

    E lembro-me bem da época em que foi publicada a reportagem sobre o “Lirpa”, pois eu achei demasiado estranho aquele aparelho e suas “singulares” características, motivo pelo qual fui “caçar” o artigo original, que acabei encontrando mais tarde e com o qual dei boas risadas!

    Para os leitores do seu blog que queiram entender melhor essa história, o “Lirpa” foi publicado na Nova Eletrônica nº 19, de setembro de 1978, página 53; o “Lirpa GT” saiu na Nova Eletrônica nº 22, de dezembro de 1978 ‘escondido’ na página 66 (ambas disponíveis no Blog do Picco) e o artigo original havia saído na revista “Audio”, de abril de 1978 (uma cópia do artigo original pode ser conseguida no link https://forum.polkaudio.com/discussion/166823/audio-magazine-april-1978-prof-lirpa-vdrs-full-review ).

    Quem conseguir outras revistas Audio do mês de abril de outros anos, poderá ver outros projetos “interessantes” do “famoso Prof. Lirpa”… rs

    O mais interessante é que alguém levou a ideia a sério e nos anos ‘80 fizeram um toca-disco rotativo, no formato de uma Kombi, inicialmente chamado de “Tamco VW Soundwagon”, depois “Tokyo Vinyl Killer” e, mais recentemente, chamado de “Record Runner”, como pode ser visto nos links abaixo!

    http://www.dj-rooms.com/soundwagon-record-player/
    https://recordrunner.jp

    Abs!

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