Minha Experiência na ITAUTEC: Tentativas de Desenvolvimento e Inovação
Trabalhei no departamento de Engenharia de Controle de Qualidade da ITAUTEC entre 1982 e 1985. Posteriormente, após uma passagem pela revista Nova Eletrônica, meu gerente na época, o engenheiro Renato Bottini, deixou a publicação para ingressar na ITAUTEC. Ele expressou seu desejo de me levar para a empresa assim que surgisse uma oportunidade, o que se concretizou alguns meses depois.
Minha trajetória começou no laboratório da Engenharia de Controle de Qualidade em agosto de 1982, quando a fábrica da ITAUTEC estava localizada na Av. do Estado, 5359, ao lado do edifício do CTO (Centro Técnico Operacional) do Banco Itaú.
Naquela época, Renato trabalhava na Engenharia de Controle de Qualidade da ITAUTEC ao lado de outros engenheiros, incluindo o gerente Luque, além de Alberto, Siegfried e outros, cujos nomes não me recordo no momento. No laboratório, a equipe era composta por mim e pelos técnicos Serafim e Aldo.
Inicialmente, nossas atividades eram focadas em testes para a homologação de novos componentes e equipamentos, especialmente quando novos lotes ou fabricantes eram introduzidos. Esses testes utilizavam metodologias um tanto obsoletas, exigindo uma grande quantidade de instrumentos para medição de parâmetros. Com a adoção de equipamentos mais modernos, seria possível realizá-los com maior rapidez e confiabilidade.
- Um traçador de curvas para testar transistores, simplificando um processo que antes exigia múltiplas fontes de alimentação e multímetros.
- Um circuito com contador digital para medir com precisão o tempo de abertura de fusíveis sob diferentes correntes.
- Simuladores de linhas de transmissão para testar modems, substituindo a abordagem anterior, que envolvia longos cabos enrolados.
- Cargas fantasmas para testar nobreaks, entre outros dispositivos voltados para testes específicos.
Este foi o primeiro caixa eletrônico (ATM) da ITAUTEC, instalado no CTO, na Av. do Estado, em São Paulo. Eu fui responsável pela montagem das placas em wire wrapping desse equipamento. O primeiro modelo sequer possuía cofre. Seu sistema de segurança, que detectava vibração em possíveis tentativas de arrombamento, utilizava como sensor uma cápsula de microfone de aparelho telefônico.
A tela touch era um monitor CRT de 5" com fósforo verde e superfície plana. O sensor de toque era composto por uma matriz de LEDs e sensores infravermelhos, onde a posição do dedo era detectada pela interrupção dos feixes de luz, sendo interpretada pelo software e pela eletrônica do sistema. Essa tecnologia era similar às versões modernas, como as descritas no link abaixo:
O PRIMEIRO COMPUTADOR, O I7000.
O I7000 (Micrinho)
O I7000 era um computador que operava com o sistema CP/M e, originalmente, possuía um processador Intel 8085. Seu projeto foi desenvolvido internamente pela ITAUTEC ao longo de quase quatro anos. No entanto, quando finalmente foi lançado, em 1982, sua arquitetura já estava defasada. Para contornar esse problema, no mesmo ano do lançamento, uma equipe de engenheiros de desenvolvimento e controle de qualidade trabalhou para modernizar sua arquitetura.
A principal mudança foi a substituição do processador 8085 pelo NSC-800 da National. Embora compatível em hardware e pinagem com o 8085, o NSC-800 trazia um conjunto de instruções equivalente ao do Z-80, permitindo maior eficiência.
Durante meses, o departamento de controle de qualidade realizou testes rigorosos de desempenho e confiabilidade, e o resultado foi apresentado com orgulho na II Feira Internacional de Informática. O Micrinho utilizava um monitor monocromático, cujo projeto foi baseado no circuito de vídeo de um televisor da Philco, empresa pertencente ao grupo Itaú.
O I-7000 PCxt.
O Depois da ITAUTEC
Após minha passagem pela ITAUTEC, mantive contato com alguns dos meus colegas de trabalho.
Claudio Nereu Faust, parceiro em diversas aventuras — tanto tecnológicas quanto não tecnológicas — colaborou comigo em projetos para outras empresas. Juntos, também construímos nossos próprios clones do CP300 da Prológica e desenvolvemos programas para esse computador.
Encontrei Alberto enquanto trabalhava na Engenharia da Prológica. Na época, ele visitou a empresa para oferecer memórias "fabricadas" pela ITAUTEC.
Com alfredo também fizemos alguns projetos para clientes que necessitavam de dispositivos microcontrolados.
Também tive contato com Luque quando ele apresentou para venda um mouse touch, que poderia ser utilizado em um projeto de totem de internet que eu estava desenvolvendo para a World Access Communications do Brasil. Esse projeto fazia parte da criação de um provedor de internet, por volta de 1997.
Até os dias atuais, Renato Bottini continua sendo meu parceiro em projetos de automação industrial.
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