17 março 2025

Uma engenheira de software, uma criança de 4 anos e um desastre prevenido nas naves Apollo.


A filha de Margaret Hamilton, Lauren, teve um papel inesperado na prevenção de um erro no software da Apollo. Margaret Hamilton foi a diretora da equipe de engenharia de software do Programa Espacial Apollo e teve um papel fundamental no desenvolvimento do software de voo da missão.


Ilustração de Dixie Leota



Durante o desenvolvimento do sistema de orientação e navegação da Apollo, Margaret frequentemente levava sua filha, Lauren, então com apenas 4 anos, para o trabalho no MIT Instrumentation Laboratory (atualmente Draper Laboratory). Certa vez, enquanto brincava no laboratório, Lauren acidentalmente pressionou uma sequência de teclas no simulador da Apollo, colocando o sistema no modo de pré-lançamento durante um voo simulado.


Margaret Hamilton e sua  filha Lauren


Margareth no simulador do módulo de comando das naves Apollo


Esse incidente revelou um problema sério: se um astronauta cometesse o mesmo erro durante uma missão real, o sistema poderia falhar ou comprometer a segurança da nave. Margaret imediatamente reportou o problema e argumentou que era necessário programar uma solução para evitar essa situação. Inicialmente, a NASA resistiu à ideia de gastar tempo e recursos corrigindo algo que, teoricamente, os astronautas deveriam evitar apenas seguindo as instruções corretamente.

Porém, sua preocupação se mostrou válida quando, durante a missão Apollo 8, o astronauta Jim Lovell acidentalmente digitou o mesmo comando que Lauren havia, brincando, descoberto, colocando o computador da espaçonave no modo errado. Felizmente, graças às modificações que Margaret insistiu em implementar, o software conseguiu se recuperar automaticamente e evitar um desastre.

Esse episódio reforçou a importância do trabalho de Hamilton e sua abordagem meticulosa ao desenvolvimento de software, garantindo que o sistema pudesse lidar com erros humanos e imprevistos, um conceito que se tornaria essencial para a engenharia de software moderna.


A falha durante a alunissagem da Apollo 11


Durante a aproximação do Módulo Lunar Eagle à superfície da Lua, o computador de navegação (AGC  Apollo Guidance Computer) começou a exibir alarmes de erro, especificamente os códigos 1202 e 1201. Esses erros indicavam uma sobrecarga de processamento, ou seja, o computador estava recebendo mais tarefas do que conseguia processar.

Causa do problema:

O problema foi causado por um radar de acoplagem que, por engano, permaneceu ligado durante a descida. Isso gerou dados extras e sobrecarregou o computador.

Como o software evitou um desastre:

Graças ao design inteligente do software desenvolvido pela equipe de Margaret Hamilton, o sistema foi programado para priorizar tarefas essenciais automaticamente. Dessa forma, o computador descartou processos menos importantes e continuou executando apenas as funções críticas para a alunissagem, permitindo que Neil Armstrong e Buzz Aldrin completassem, manualmente, o pouso com segurança.

Se não fosse por esse design, o computador poderia ter travado ou exigido um reinício, forçando o cancelamento do pouso. Esse episódio comprovou a robustez do software da Apollo e consolidou a importância do trabalho de Margaret Hamilton na história da computação e da exploração espacial.


 O AGC e sua interface de usuário DSKY


O reconhecimento tardio


Em 22 de novembro de 2016, Margaret Hamilton recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração civil dos Estados Unidos, entregue pelo então presidente Barack Obama.

Ela foi reconhecida por seu trabalho pioneiro na engenharia de software e por sua contribuição fundamental para o sucesso das missões Apollo. Durante a cerimônia, Obama destacou sua importância ao afirmar que Hamilton foi responsável por garantir que o software do Apollo Guidance Computer (AGC) permitisse que os astronautas chegassem à Lua e voltassem em segurança.

Uma das imagens mais icônicas desse reconhecimento é Margaret Hamilton sorrindo ao lado de Barack Obama. Esse prêmio simbolizou o reconhecimento tardio, mas merecido, de seu impacto na história da computação e da exploração espacial. 


Margareth recebendo a medalha de Obama



A NASA disponibilizou o código fonte do AGC usado na Apollo 11


O código fonte foi digitalizado e publicado no GitHub por um ex-estagiário da NASA chamado Chris Garry, em 2016.

Acesse aqui: 

https://github.com/chrislgarry/Apollo-11


O código foi originalmente escrito em Assembly para o processador do AGC, que tinha apenas 2 KB de RAM e 36 KB de memória fixa. Ele contém comentários interessantes, incluindo algumas piadas da equipe de programadores do MIT.


Detalhes da linguagem:

  • O Assembly usado era um "dialeto" personalizado chamado AGC4 Assembly, desenvolvido para o processador do AGC.
  • O AGC era uma máquina de palavra de 15 bits, com instruções altamente otimizadas devido às limitações de hardware.
  • O código era escrito em listagens de código fonte impressas em papel perfurado e depois convertido para o formato que o computador entendia.
Margareth e a listagem do programa do AGC


Curiosidades sobre o código:

  • Ele contém comentários engraçados dos programadores do MIT Instrumentation Laboratory.
  • Um dos arquivos faz referência a "BURN_BABY_BURN", uma piada interna sobre a sequência de ignição do motor.



Parte da rotina "BURN_BABY_BURN"


Um vídeo interessante sobre esses episódios pode ser visto aqui:  









16 março 2025

WIRE WRAPPING


A arte da montagem eletrônica sem solda

Na década de 1970 e 1980, quando iniciei minha carreira em projetos eletrônicos, o desenvolvimento, a prototipagem e a produção de pequenos lotes de equipamentos eram desafios consideráveis. Naquela época, não havia as facilidades que temos hoje, como softwares avançados de design e fabricação acessível de placas de circuito impresso (PCBs).

Uma das técnicas mais utilizadas para a montagem de circuitos eletrônicos era o Wire Wrapping (ou Wire-Wrapping), um método inovador que dispensava o uso de solda. Essa técnica era amplamente empregada antes da popularização das PCBs e se destacava pela sua confiabilidade e flexibilidade.


A Origem do Wire Wrapping

Originalmente, o Wire Wrapping foi desenvolvido para a montagem de painéis telefônicos, mas rapidamente se adaptou à montagem de placas eletrônicas para os mais diversos propósitos, incluindo computadores. Seu grande diferencial era permitir a criação de circuitos robustos e modificáveis sem precisar de soldagem, o que facilitava a experimentação e a manutenção.


Alguns dos grandes computadores comercializados que utilizaram esta técnica em suas montagens.

1. IBM 1401 (1959)

  • Um dos primeiros computadores comerciais amplamente adotados.
  • Utilizava wire wrap em sua construção interna.
  • Foi um dos sistemas que ajudaram a popularizar a computação empresarial.

2. DEC PDP-8 (1965) e PDP-11 (1970)

  • Minicomputadores muito populares da Digital Equipment Corporation (DEC).
  • Amplamente utilizados em universidades, pesquisa e indústria.
  • As primeiras versões usavam wire wrap extensivamente antes da adoção de placas de circuito impresso.

3. Cray-1 (1975)

  • Um dos supercomputadores mais icônicos da história.
  • Projetado por Seymour Cray.
  • Utilizava wire wrapping internamente para conectar os módulos de lógica.

4. UNIVAC 1103 (1953)

  • Um dos primeiros computadores comerciais dos EUA.
  • Usava a técnica de wire wrapping para interconectar seus componentes.

Como funciona o Wire Wrapping?

O processo de Wire Wrapping envolve algumas etapas e materiais específicos:

  • Fios Especiais: São utilizados fios finos de cobre estanhado, geralmente com núcleo sólido e revestidos com isolamento de teflon ou outro material resistente ao calor.
  • Pinos de Conexão: Os componentes eletrônicos são montados sobre uma placa perfurada (protoboard específica para Wire Wrapping) ou sobre uma base com pinos quadrados e longos, que permitem a fixação eficiente dos fios.
  • Ferramenta de Wire Wrapping: Para a conexão, usa-se uma ferramenta especial que enrola o fio ao redor do pino em várias espiras apertadas. Essa fixação mecânica proporciona baixa resistência elétrica e alta durabilidade, garantindo conexões confiáveis e resistentes a vibrações.
  • Facilidade de Modificação: Como os fios são finos e flexíveis, é possível organizar múltiplas camadas de conexões sem grandes dificuldades. Isso torna a técnica ideal para montagens experimentais, desenvolvimento de protótipos e até ajustes de última hora em projetos.


Wire Wrapping nos dias atuais

Embora essa técnica tenha sido amplamente substituída pelo uso de PCBs e soldagem em superfície, o Wire Wrapping ainda encontra aplicações em áreas onde a flexibilidade e a confiabilidade são essenciais, como em laboratórios de pesquisa e desenvolvimento. Além disso, é uma excelente técnica para estudantes e entusiastas que desejam aprender mais sobre eletrônica e montagem de circuitos.


Ferramenta manual para Wire Wrapping

Ferramenta manual para Wire Wrapping

Ferramenta elétrica para Wire Wrapping

Este computador, baseado em um processador Z80 foi montado à mão por um hobista. Fonte: Wikipedia

Exemplo do acabamento de montagens com Wire Wrapping., Fonte Site ElectroProps





Vantagens:

  • Sem necessidade de solda, evitando problemas de superaquecimento de componentes.
  • Fácil de modificar e reparar, pois basta remover o fio e refazer a conexão.
  • Alta confiabilidade, pois as conexões são fortes e resistentes a vibrações.
  • Usado em aplicações críticas, como sistemas aeronáuticos e militares, devido à durabilidade das conexões.


Desvantagens:

  • Dificuldade em produção em massa, já que a montagem manual pode ser demorada.
  • Maior volume físico, pois os fios ocupam mais espaço do que trilhas em uma PCB.
  • Organização dos fios pode ser complexa, especialmente em circuitos grandes.
  • Na prática, se os fios e soquetes não forem de excelente qualidade, as conexões podem apresentar oxidações ocasionando mau-contato.



Wire Wrapping na minha rotina

Utilizei a técnica em diversos projetos, como hobista e como profissional.

Na engenharia da Prológica, utilizávamos a técnica para o desenvolvimento de projetos e montagem de protótipos. Após a comprovação do funcionamento e aprovação do projeto, eram desenvolvidos os layouts das placas de circuito impresso e, posteriormente, iniciava-se a produção das placas.

Quando trabalhei no controle de qualidade da Itautec, em 1993, utilizei a técnica na montagem das placas eletrônicas do protótipo do primeiro caixa bancário eletrônico da Itautec e um dos primeiros do Brasil.

Esse protótipo foi instalado no CTO do Banco Itaú, localizado na Av. do Estado, em São Paulo. Curiosamente, esse caixa continua no CTO até os dias de hoje.


O protótipo do caixa automático do ITAU, ainda instalado no CTO.

CTO (Centro Técnico Operacional)  do banco ITAU




Um rolo de fio para Wire Wrapping AWG 30 ao lado do CP200 NANICO
Este rolo é remanescente da década de 80


Vídeo demostrando a técnica.



28 fevereiro 2025

RECEBENDO IMAGENS TRANSMITIDAS PELA ESTAÇÃO ESPACIAL (ISS)

 

A Estação Espacial Internacional (ISS), em eventos comemorativos programados que duram alguns dias, transmite imagens via sinais de rádio VHF na frequência de 145.800 MHz.




Essas imagens podem ser recebidas com um rádio VHF simples, sendo que a qualidade dependerá do seu aparelho e da antena utilizada.

Para decodificar as imagens, você pode utilizar o aplicativo Robot36, disponível para Android e iOS. Basta sintonizar a frequência da ISS, posicionar o celular próximo ao rádio e usar o Robot36 para processar as imagens recebidas.

Para acompanhar o calendário de transmissões, visite: https://ariss-sstv.blogspot.com/.

Já para conferir a data e o horário exatos em que a ISS estará visível em sua região, utilize o aplicativo ISS Detector.

Após captar as imagens, você pode enviá-las para: https://www.spaceflightsoftware.com/ARISS_SSTV/submit.php e, posteriormente, solicitar um certificado no site: https://ariss.pzk.org.pl/sstv/.

Além disso, no site da ARISS, é possível solicitar um cartão QSL do contato pelo link: https://www.ariss.org/qsl-cards.htm.

23 fevereiro 2025

Tocador de MP3 RIO PMP300

 


A história do MP3 Rio

Nos anos 1990, a música digital começava a ganhar popularidade com o formato MP3, permitindo que os usuários compactassem arquivos de áudio para armazenamento e compartilhamento mais fácil. Quem não teve em seu computador o Winamp instalado? No entanto, não existiam dispositivos portáteis que reproduzissem esse formato. Foi nesse cenário que surgiu o Rio PMP300, um dos primeiros tocadores de MP3 a serem comercializados, ajudando a pavimentar o caminho para a revolução da música digital.

Foto: divulgação Diamond



O Lançamento e o Sucesso do Rio PMP300

Foto: divulgação Diamond


O Rio PMP300 foi lançado em 1998 pela Diamond Multimedia, uma empresa especializada em hardware multimídia. Custando cerca de US$ 200, o dispositivo oferecia 32MB de memória interna, o que permitia armazenar aproximadamente 10 músicas, em uma taxas de bits de 32 com qualidade não muito boa. Para a época, isso era inovador, já que os consumidores estavam acostumados a carregar CDs e fitas cassete. 

Apesar das limitações de espaço e da interface simples, que exibia apenas o número da faixa em um pequeno display LCD, o Rio PMP300 teve um impacto significativo no mercado. Seu design compacto, a capacidade de expansão via cartões SmartMedia de até 32MB, e a função de reprodução aleatória ajudaram a torná-lo um dos primeiros MP3 players de sucesso comercial.


Sem USB? 

Se hoje o padrão USB está presente em todos os eletrônicos possíveis, em 1998 a regra era cada periférico ter seu próprio padrão. Como então o Rio PMP300 se conectava ao computador? Simples: por meio da porta paralela, usada antigamente para impressoras. Dentro do kit do tocador de MP3 havia um adaptador para a porta paralela e um cabo proprietário que era conectado ao gadget.

Foto: divulgação Diamond


Em 1998, em uma viagem profissional a Assunción no Paraguay, comprei um exemplar do RIO PMP300. Eu nem tinha arquivos MP3 para ouvir-lo imediatamente. Um dos colegas de trabalho paraguaio me deu u CD com muitas músicas dos anos 80 e, as pressas, consequi colocar 10 músias no RIO para ouvir na viagem de volta.


A Batalha Legal com a Indústria da Música

O sucesso do Rio PMP300 rapidamente atraiu a atenção da Recording Industry Association of America (RIAA), que via o dispositivo como uma ameaça ao modelo tradicional de distribuição de música. Em outubro de 1998, a RIAA entrou com um pedido de liminar para impedir a venda do aparelho, alegando que ele violava o Audio Home Recording Act (AHRA) de 1992, uma lei criada para regular a gravação de mídia digital.

A Justiça dos EUA negou a liminar, argumentando que a lei não se aplicava ao MP3, já que ele não era um formato de mídia física tradicional. Essa decisão foi um marco para a música digital, pois abriu espaço para o desenvolvimento de outros reprodutores MP3 e serviços de distribuição online.


A Evolução da Linha Rio

Após o sucesso do PMP300, a Diamond Multimedia e, posteriormente, a SonicBlue (que adquiriu a linha Rio) lançaram novos modelos com mais capacidade e recursos avançados. Entre os destaques estavam:

  • Rio 500 (1999) – Melhor qualidade de som, 64MB de memória e conexão USB para transferências mais rápidas.
  • Rio 800 e Rio 900 – Modelos aprimorados com mais armazenamento interno.
  • Rio Karma (2003) – O modelo mais avançado, com 20GB de capacidade, suporte a Ogg Vorbis e FLAC, e uma interface inovadora.


O Fim da Linha Rio

Apesar de sua popularidade inicial, os tocadores Rio perderam espaço no mercado com a chegada do iPod da Apple em 2001, que oferecia maior armazenamento e uma interface mais intuitiva. A SonicBlue, que havia adquirido a linha Rio, entrou em dificuldades financeiras e acabou fechando suas portas em 2003.

A marca Rio sobreviveu por mais alguns anos, sendo comprada por outras empresas, mas acabou desaparecendo por volta de 2005, deixando um legado importante na história da música digital.


Legado e Impacto

O Rio PMP300 e seus sucessores ajudaram a popularizar a ideia da música digital portátil, desafiando a indústria fonográfica e abrindo caminho para serviços de streaming e tocadores modernos. Ele mostrou ao mundo que era possível carregar uma biblioteca de músicas sem precisar de CDs ou fitas, um conceito que se tornou a base para a revolução digital que vivemos hoje.


Especificações do PMP300

  • Armazenamento: 32 MB de memória flash interna (expansível com cartões SmartMedia de até 32 MB)
  • Formatos suportados: MP3 (taxas de bits de 32 a 128 kbps)
  • Conectividade: Porta paralela para transferência de arquivos (via software proprietário)
  • Alimentação: 2 pilhas AAA (autonomia aproximada de 8 a 12 horas)
  • Saída de áudio: Conector de fone de ouvido estéreo de 3,5 mm
  • Taxa de amostragem suportada: 44,1 kHz
  • Dimensões: Aproximadamente 9,1 cm × 6,4 cm × 1,9 cm
  • Peso: Cerca de 70 gramas (sem pilhas)
  • Software: Acompanhado por um programa de gerenciamento de músicas para Windows
  • Extras: Tela monocromática LCD, equalizador básico e clipe para prender no cinto

Antes do RIO

Para ouvir MP3 em casa, eu usava um computador montado no rack da sala do apartamento, criado exclusivamente para tocar músicas pelo WinAmp. Ele sequer tinha uma placa de som dedicada, e a qualidade do áudio... bem, não era das melhores.


MP3 no rack do Apto ~ 1997

Nos dias de hoje

Ao longo dos anos, utilizei diversos aparelhos de MP3 e MP4 chineses. Com o tempo, fui migrando para dispositivos de qualidade muito superior, capazes de reproduzir arquivos de alta resolução e formatos de áudio sem perdas. Meus últimos players foram da marca FiiO, nos modelos X3 e X5. Atualmente, já não possuo nenhum deles. Hoje, opto por usar o celular em conjunto com um DAC externo de alta qualidade e o software USB Audio Pro, garantindo uma experiência sonora excepcional.


FiiO X3 e fone KZ ZSN

FiiO X5 e fone  KZ ZS10 PRO


DAC KEYSION - No Celular


DAC KEYSION - No Notebook


Fone  KZ ZS10 PRO






11 fevereiro 2025

PROBLEMA DE BALANCEAMENTO EM AERONAVES

 

Airbus A321

Estive em um voo no Airbus A321, cuja capacidade é de 220 passageiros. No entanto, esse voo transportava menos de 20 passageiros, aproximadamente metade nas primeiras fileiras  e o restante nas últimas.

Diante da grande quantidade de assentos vazios, alguns passageiros tentaram se sentar em outros lugares, principalmente próximos à janela. No entanto, as comissárias rapidamente pediram que retornassem aos assentos designados no cartão de embarque. Isso gerou certo desconforto, pois alguns não compreenderam a explicação sobre a necessidade de manter a distribuição correta dos passageiros devido ao balanceamento de peso da aeronave.

O balanceamento de peso em um avião é essencial para garantir que o centro de gravidade permaneça dentro dos limites seguros. Isso é crucial para:

  • Estabilidade: Mantém o equilíbrio da aeronave durante o voo.
  • Desempenho: Permite que o avião opere de maneira eficiente, garantindo boa manobrabilidade.
  • Segurança: Minimiza riscos, especialmente em momentos críticos como decolagens, pousos e manobras.

Uma distribuição inadequada dos passageiros pode deslocar o centro de gravidade, comprometendo a estabilidade e o controle da aeronave. Por essa razão, as companhias aéreas seguem procedimentos rigorosos de embarque e, quando necessário, podem solicitar que alguns passageiros mudem de assento para manter o equilíbrio ideal do avião.

Um acidente com Airbus A320 da Alitalia, em 2017, foi causado por problema de balanceamento.

Ver insights e anúncios
Curtir
Comentar
Compartilhar

03 fevereiro 2025

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL DOS ANOS...50!



Origens e Primeiros Conceitos

Antiguidade:    Ideias sobre máquinas inteligentes aparecem em mitos e histórias, como o autômato de Talos na mitologia grega.

Século XVII e XVIII:     Filósofos como Descartes e Leibniz exploraram a ideia de pensamento mecânico e sistemas de cálculo lógico.


Início Formal da IA

1950:     Alan Turing propõe o Teste de Turing, um critério para avaliar se uma máquina pode exibir inteligência equivalente à humana.

1956:    A conferência de Dartmouth, organizada por John McCarthy, Marvin Minsky, Nathaniel Rochester e Claude Shannon, marca o nascimento oficial da IA como campo de pesquisa.


Evolução da IA

Décadas de 1950-1970:   Avanços iniciais em algoritmos, aprendizado de máquina e redes neurais primitivas.

Décadas de 1980-1990:   Introdução de redes neurais mais avançadas e sistemas especialistas.

Anos 2000 em diante:   Avanço do aprendizado profundo (deep learning), IA generativa e aplicação em diversas áreas.


Hoje, a IA está presente em assistentes virtuais, diagnósticos médicos, carros autônomos e até na criação de arte e textos.


ELIZA, o (quase) CHAT GPT das décadas de 60, 70 e 80.

Capa do manual do Eliza


O Software ELIZA permitia conversar com ele via teclado, como se fosse um psicólogo, em computadores da década de 80na década de 80. ELIZA foi criado em 1966 pelo cientista da computação Joseph Weizenbaum no MIT (Massachusetts Institute of Technology) e é considerado um dos primeiros programas de processamento de linguagem natural. O programa foi projetado para simular uma conversa terapêutica com um psicólogo, fazendo perguntas e oferecendo respostas baseadas em padrões de linguagem predefinidos. O programa ELIZA foi escrito em linguagem de programação LISP e foi um marco na história da inteligência artificial e do processamento de linguagem natural. O programa ELIZA foi portado para várias plataformas de computador, incluindo a plataforma TRS-80. 

Joseph Weizenbaum o pai de Eliza - Imagem da internet

Interface do software Eliza

A versão do Eliza, também conhecida como Talking Eliza, foi uma implementação falante do famoso programa de inteligência artificial para os computadores da série TRS-80 Model I e Model III, lançada pela Radio Shack em 1979.

Uma característica inovadora desse programa era sua capacidade de gerar respostas audíveis por meio do sintetizador de voz TRS-80 da Radio Shack, o que justificava o nome Talking Eliza.

Sim, já em 1979 era possível interagir com um computador e receber respostas por meio de síntese de voz. Chegue a "bricar" com Eliza em um CP-500 da Prologica, na década de 80.

 
Voce pode experimentar Eliza em uma versão em Basic, aqui ( clique na imagem e aquarde carregar):




O Eliza na telinha.

No episódio 12 da 1ª temporada da série  "O jovem Sheldon", intitulado "Um computador, um pôney de plastico e uma caixa de cerveja", Sheldon interage com o software Talk Eliza em seu computador. Ele o utiliza  para simular conversas e aprimorar suas habilidades sociais.

A série,  que se passa entre os anos 90  e conta a história da infância e adolescência de Sheldon Cooper, mostrando como ele lida com a sua inteligência avançada, com a dificuldade em compreender as nuances sociais e com as relações familiares.  

 Esta série está disponível, atualmente, na Netflix.



Eliza na telinha - Netflix


Aparição de Elon Musk em O Jovem Sheldon

Elon Musk faz uma participação especial na série O Jovem Sheldon (Young Sheldon) no episódio 6 da primeira temporada, intitulado "SUma etiqueta, um modem e uma úlcera". 

No episódio, Sheldon Cooper, ainda criança, escreve suas anotações e cálculos em um caderno sobre teorias científicas. Anos depois, o caderno acaba sendo encontrado por ninguém menos que Elon Musk, que aparece lendo as ideias de Sheldon enquanto está em um escritório da SpaceX. 



https://youtu.be/6jAlPQau5Hc



Eliza foi portado para várias plataformas de computadores e pode ser baixado para os computadores baseados em TRS-80 aqui: 

https://willus.com/trs80/